A maioria dos vereadores rejeitou o Projeto de Lei 015/2022, da prefeitura, que visava a contratação de um financiamento no valor de R$21.850.000,00 para aquisição de equipamentos e execução de obras no município. Todos reconheceram que o projeto visava a execução de boas propostas para a cidade. No entanto, os vereadores contrários disseram não concordar com um financiamento de alto valor, que geraria juros e poderia gerar o endividamento futuro do município.
Os vereadores aprovaram uma emenda proposta pelo edil José Joaquim Silva (Zé Pequeno) que autorizava a contratação de financiamento no valor de R$13.000.000,00 destinados a implementação de 24 usinas fotovoltaicas. Assim, reduzindo o valor contratado junto à instituição de crédito. Mas, na deliberação final, a maioria votou para que o município não financiasse nem esse valor.
O vereador Wilber Pitol Moura resgatou uma prestação de contas da Prefeitura, relativa a dezembro de 2021, que mostrava que o município tinha em caixa aproximadamente R$15 milhões em recursos não vinculados, ou seja, que podem ser investidos em qualquer área. Diante disso, o vereador não viu necessidade de se aprovar um financiamento. “O município hoje tem condições financeiras suficientes para, através de uma boa gestão, elaborar os projetos, trocar lâmpadas de LED, de forma gradativa ou de imediato. Com a economia que for feita com esse investimento à vista, pode sobrar dinheiro para novas políticas”, justificou o vereador.
A vereadora Najara Ávila também ressaltou a necessidade de se trabalhar com o recurso que o município possui em caixa, sem fazer o financiamento. Disse que é a favor das propostas contidas no projeto, mas acredita que é preciso ter cautela quando de trata de dinheiro público. “Eu acho que a mudança, ela é preciso, ela é necessária, mas desde que seja feita devagar, com cautela. Um das coisas que eu citei na reunião, em relação às usinas fotovoltaicas, que a gente possa colocar três, quatro usinas num valor aí, como foi citado pelo Léo [Pereira], de seiscentos mil. Daria um valor de três milhões e seiscentos. Que isso seja investido aos poucos e, através dessa economia, que a gente possa estar fazendo em outros setores”, explanou a vereadora.
O presidente da Câmara, Antônio Marcos Esteves (Marcos do Joaquim Batista), lamentou que os colegas vejam o projeto como endividamento. Para ele, especialmente no que diz respeito às usinas fotovoltaicas, fica claro que a alternativa seria um bom investimento para a cidade. “Eu acho que está na hora do Legislativo se vestir de vontade de crescer, progresso. A gente tem que preparar a nossa Carmo para o futuro. Não é endividamento, é investimento, se paga. A gente teve aqui o empresário Léo [Pereira] falando, provando que as usinas fotovoltaicas são pagáveis, mais do que isso, são viáveis ambientalmente. É triste ver esse projeto ser reprovado”, disse o presidente.
O empresário Leopoldo Pereira, a convite do vereador Zé Pequeno, participou da reunião ordinária e falou sobre como tem sido a experiência de seu empreendimento que a utiliza energia advinda das placas fotovoltaicas.
O projeto, com a emenda, foi rejeitado por cinco votos contra três. Votaram contra os vereadores Carlos Antônio Ferreira (Carlinhos da padaria), Cristian Reis Leandro (Cristian da Ambulância), Najara Ávila, Sueli das Graças Melo (Lili das Margaridas) e Wilber Moura.
Os votos favoráveis foram dos vereadores João dos Reis Vilela (João do Tiãozão), José Joaquim da Silva (Zé Pequeno) e Lucas Carielo. O presidente da Casa não precisou votar, pois só participa da votação em casos de desempate.
O financiamento propunha a substituição das atuais lâmpadas da cidade por iluminação de LED; implementação de 24 usinas fotovoltaicas, compra de usina de micropavimentação asfáltica, aquisição de 10 carros elétricos e da estrutura para seu abastecimento e aquisição de sete ônibus escolares.